Beatriz e Enrico
Fazenda Sta Carolina, Marília, SP - Brasil.
Sobre o tempo das coisas... No ritmo cada vez mais acelerado que vivemos a cada dia, queremos tudo o mais rápido, mais acessível, mais prático, mais descartável. Queremos correr com o dedo nossas scroll bars, e saciar nossa curiosidade momentânea o mais breve (aliás esse é o motivo das imagens aqui serem um slide e não uma imagem em baixo da outra, queremos que tem interesse, realmente dedique tempo para ver cada uma das imagens). Poucas vezes nos damos consciência sobre o real tempo das coisas, o tempo do mundo, o tempo da vida.
Quando tratamos de arte e essa arte envolve comercio, constantemente nos deparamos com esses dilemas, que me faz lembrar uma placa que vimos em um restaurante típico em Santiago do Chile, restaurante de uma senhora chamada Dona Tina, em que dizia: NO VENDE COMIDA RAPIDA, VENDE COMIDA TIPICA, LO MAS RAPIDO POSIBLE.
E o que isso tem a ver com a história de um casamento?
Relacionamentos são feitos de amor e respeito, entre eles respeito ao tempo, para que as coisas aconteçam da forma com que tem que ser, e não como nós queremos que elas sejam, afinal não temos controle de tudo não é mesmo?
A Bea e o Enrico, superaram o tempo e a distancia, atravessaram um oceano de esperança, ela brasileira e ele italiano. Ambos hoje vivem na Itália, mas voltaram ao Brasil para celebrar a união ao lados das duas famílias na fazenda da família da Bea, fazenda que viu tantos momentos de alegria através de tantos anos.
Foi lindo, ter a oportunidade de ver de perto o quanto eles se dedicaram e fizeram tudo com muito amor, da escolha do local (fazenda da família), convites feitos a mão pelos dois, ao vestido que a Bea usou, o mesmo que a sua mãe se casou. Foram tantos simbolismos e amor colocado em cada detalhe, ver o Frei amigo da família celebrando o casamento em baixo da seringueira em que a Bea brincava quando criança, tudo isso faz parte da história e são esses detalhes que fazem dela única.
Gostamos muito de conhecer a história das pessoas que vamos fotografar, para como dizemos, não fazermos uma fotografia genérica, talvez esteticamente bonita, mas vazia de significados. É muito gostoso saber o quanto cada detalhe é importante, e a história por trás de cada um, como os peixinhos pintados a mão pela mãe do Enrico (tradição do sul da região da Sardenha, sul da Itália), cada sorriso, cada lágrima, cada abraço, que tudo isso realmente tenha importância afeita e não apenas visual.
Bea e Enrico, muito obrigado por terem dedicado tempo para conversar conosco, tempo na preparação dessa celebração, tempo para dar atenção a cada pessoa que fez desse dia um dia único. Que essas imagens durem o tempo necessário para relembrar sempre o quanto é bonito o amor de vocês.
Quanto a nós, temos de aprender a nos demorar mais, demorar mais no que realmente nos importa, pois o tempo das coisas é eterno.
Obrigado.
Bru e Fer